Certa vez conversando com um colega sobre o que tinha achado de determinado filmes e nos perdemos durante um tempo considerável a interpretarmos, e no fim de nossas interpretações eu me deparei a me indagar e a indagá-lo, se - ‘será que o roteirista e o diretor do filme tiveram está mesma idéia ou algo parecido do filme?’ - e sabiamente ele respondeu que “não importava muito o modo como eles interpretavam o filme, pois quando eles concluíram a concepção do filme e lançaram ao público, é como se o filme tivesse ganhado vida própria e tornado-se passível de diferentes visões e interpretações que vai varia de acordo com cada espectador”.
Bom, esta afirmação foi com toda certeza a mais sábia que ouvir dos lábios dele; e é óbvio que tem muito a ser discutido. Porém nos últimos dias lembrei muito desta asseveração, pois, andei fazendo uma sessão anime com a trilogia da “Era do Gelo” e notei as seguintes coisas.
De todos os filmes da trilogia, podem-se dizer várias coisas a respeito, e coisas mui boas e positivas. No entanto, algo que talvez passe despercebido pela maioria das pessoas, seja as cenas do esquilo com a amora, não sei se tem propositadamente um sentido maior por traz, ou se de fato o sentido é o mesmo que me aparenta, em fim. O fato é que sempre que vi os dois primeiros filmes e um pouco depois o último, a impressão que tenho é que as cenas do esquilo com a amora são meio que pra lembrar certo grupo de pessoas que empregam toda a sua energia vital pra consegui algo e no fim, quando realmente conseguem não sabem bem o que fazer e aí dão logo um jeito de perderem pra que as buscas comecem novamente.
No terceiro filme da trilogia as cenas ganham outros elementos, como uma parceira que partilha o mesmo objetivo. Entretanto, apesar de tudo ter fluido bem entre ambos, a sicura pela busca da amora, ou do quase impossível, é o que motiva e dá sentido a existências das excêntricas criaturas.
Evidentemente, que são filmes belíssimos, cheio de graça e humor, com várias outras abordagens e pontos de reflexões e morais diferentes, e consequentemente pode ser apreendidos de forma interessante e bem humorada... Mas a sutileza e perspicácia de como as cenas do esquilo com a amora é colocada no filme, é memorável!
Tipo, no primeiro filme parece ate uma cena desconexa, sem nenhuma relação com o todo; Tanto que todos os demais animais estão indo em uma direção, ávidos por salvarem as suas vidas, e ele está indo em sentido oposto, em busca da amora que é o que dá sentido a sua existência, como se quisesse deixar claro – ‘de que vale uma existência sem sentido’, ou seja, de que vale eu existir sem minha amêndoa pra buscar?’
No segundo filme, as cenas parecem aludir à idéia de que é apenas um modo de começar o filme, tipo as letrinhas, - como se diz dos créditos – e nada mais. Porém, ainda acho que as cenas mantêm o mesmo sentido.
No terceiro filme da trilogia, o bendito esquilo e sua cobiçada amêndoa ganha uma companhia e muito mais tempo na telona, o dá uma ênfase maior ao que penso ser o sentido, a razão e o porquê das cenas, que são coroadas com imagens belíssimas, ascendentes, lógicas e cheias de sentimento, muito legal. E ainda continuo achando que mantém o mesmo sentido desde o primeiro. Tudo isso, sem mencionar o fato de que é uma forma diferente de humor, dentro de um filme onde as personagens centrais, ou melhor, uma das personagens centrais é o maior tagarela.
Inegavelmente, os filmes são muito bons, e como um todo, bem encandeado, bem humorado e com uma profundidade necessária de ótimo filme pra todas as idades.
Há á propósito... O quaro filme da Era do gelo, está pra ser lançado ainda este ano, e ao contrário dos outros três, espero ir assistir no cinema! E aí candidatos e patrocinarem a entrada, a pipoca, o suquinho....
