Céus!
A profusão de detalhes, de referencias, de alusões... são tantas que nem sei
por onde começar a falar das estupendas impressões que o segundo volume de “Ninfomaníaca”
me causou – os choques visuais, as palavras bem colocadas, as analogias sardônicas
e perfeitas, a quebra de padrões ou fria e direta colocação de fatos e clichês de
outro modo por assim dizer, como certa quebra de preconceito e legitimação dos
mesmos, como algo completamente nietzschiano por excelência, ou coisa do tipo –
sei lá!
Bom,
em meio a tantas coisas que me chamaram a atenção no filme de Lars Von Trier,
creio que a mais notória foi o que me pareceu à presença da filosofia
nietzschiana no roteiro, que de modo geral apresenta a história de uma mulher
com uma postura completamente distinta da moral vigente, e que assume perante a
sociedade seus atos, seus traumas, suas tragédias... Sem procurar um culpado ou
responsável pelos fatos além dela mesma, e assume tanto o prazer quanto a dor
como faces da mesma moeda.
Após
contar a sua história a um distinto senhor, que a escuta atentamente sem julgamentos
e lhe apresenta uma análise imparcial dos fatos... A protagonista parece chegar
à consciência de que todos os preconceitos e traumas do qual sofrera não
passava de frutos de uma moral machista, preconceituosa e punitiva principalmente
pras mulheres.
Ao
mesmo tempo em que também é possível observar no filme aspectos que aduzem e parecem
legitimar a presença do principio do eterno retorno do mesmo presente na obra
do louco filósofo alemão Friedrich Nietzsche.
Obviamente,
como toda a obra de Lars Von Trier e com essa não poderia ser diferente, os críticos
de todos os tipos (cinema, arte... Sei lá!) que se acha no direito de a todo
custo detrata uns e agraciar outros taxam o filme como uma obra deplorável pra
o cinema conceito – como dizem.
Porém,
eu como não sou crítica de porra nenhuma e nem nada – achei o filme soberbo,
excelente, um dos melhores filmes de 2014 e muito difícil de ser superado até o
final do ano por outro melhor. E de mais á mais, acho que Lars Von Trier deixou
completamente esclarecido e de modo bem grande o que ele pensa a respeito das
críticas preconceituosas a respeito dele e de sua obra.
E
assim, só ratificando minha reles opinião – “Ninfomaníaca”, volume II é tão
perfeito, tão soberbo quanto o primeiro.