sábado, 27 de janeiro de 2018

#REALITYHIGH




#REALITYHIGH de imediato chama a por ter ser um filme que parece de fato retratar de maneira bem própria, apesar de um modo ingênuo, romântico e deslumbrado, o modo e os meios de como estão se desdobrado e acontecendo os eternos conflitos adolescentes no ensino médio ou na high school, como chamam os norte-americanos.
O filme aborda coisa clichês da vida adolescente, tipo – como se tornar a garota mais popular da escola, que nos dias de hoje além de ter todas as características de desde antigamente, ainda tem que bombar na internet, ter milhares de seguidores nas redes sócias, milhões de likes, os seja, ser super-popular no ciberespaço – não bastando apenas ser a linda e invejada da escola inteira.
E a mocinha, por sua vez, que sempre é boazinha e boba, passa também a ser zoada no ciberespaço, e para fazer a transformação de patinho feio para cisne tem que também se dar bem no mundo virtual, lidar muito bem com as ferramentas virtuais, não bastando simplesmente transformar-se de gata borralheira em Cinderela.
Outro ponto curioso no #REALITYHIGH é que apesar da ênfase que se dá ao ciberespaço, mostrando como utilizar-se dele de forma produtiva, também faz uma crítica básica ao mundo virtual, mesmo que de modo superficial, chama a atenção para o fato de como a redes sociais podem ser nocivas e mudar a ‘cabeça’ das pessoas com a mesma velocidade em que as coisas nelas acontecem e levam a ilusão de que tudo é perfeito, pronto e acabado, dando a impressão de uma vida perfeita que não passa de meras aparências e ilusões, transformando as pessoas em apenas um produto das mídias sociais, uma fantasia do ciberespaço.
Por outro lado, como já foi dito o filme reproduz praticamente todos os clichês de filme de adolescentes de ensino médio dos anos 80, 90... Onde apesar dos pseudos problemas da vida adolescente e dos dramas da vida real, tudo é perfeito, o mundo é cor de rosa, regado a belos e grandes feitos, bebidas, festas e curtição. E no final tudo acaba bem, tudo se resolve, os conflitos são extintos e a vida segue linda e maravilhosa, e as pessoas são lindas jovens e perfeitas.
Bom, pode-se dizer que é um bom filme de sessão da tarde, e serve para nos dá pensamentos coloridos, uma linda maquiagem a realidade, para ficarmos bem e seguirmos tranquilos a vibe imediatista do ciberespaço, onde nada é de graça e o preço é muito alto. 

#NETFLIX

domingo, 21 de janeiro de 2018

“Viagens de Gulliver” Jonathan Swift




“Viagens de Gulliver” trata-se de uma sátira sobre os livros de relatos de viagens do século XVIII, moda entre os escritores europeu, escrito pelo irlandês Jonathan Swift em 1726. Apesar de ser um livro pautado num estremado uso da imaginação e criatividade é uma leitura um tanto quanto maçante, e de certo modo um tanto sem sentido, exceto o sentido que o autor deixa bem claro no fim do livro, “que livros de relatos de viagens têm que ser informativo e não divertido ou colorido, como algumas análises da civilização europeia, onde o autor diz ter observados alguns absurdos inerentes”.
         O livro é dividido em quatro partes, onde o autor abusa de palavras inventadas e sem sentidos, praticamente impossíveis de pronunciar algumas e de uma imaginação com um q de insanidade e criatividade.
         Na primeira parte do livro Jonathan Swift relata as aventuras da personagem tendo uma vida de gigante em uma terra desconhecida chamada de Liliput, após acordar de um naufrágio, amarrado por cordas por pessoas minúsculas e ficar preso por certo tempo a esta terra de coisas minúsculas e tem que ter extremo cuidado para não esmaga-las e nem destruir a cidade. Ele aprende a cultura nativa, a língua e passa a interagir com a vida das pessoas como parte da sociedade, e atração principal da mesma até que por fatuidades do destino tem que retornar a sua amada Inglaterra, sua terra natal.
         Na segunda parte Lemuel Gulliver, médico cirurgião, marinheiro personagem central do livro tem suas aventuras em meio a gigantes, passa um tempo em uma terra onde agora ele é uma pessoa minúscula vivendo entre gigantes e tendo que ter cuidado extremo para não ser esmagado pelas pessoas da cidade, por suas coisas e demais seres vivos... E como tem enorme facilidade para aprender novas línguas e novos hábitos, ele aprende a cultura dos gigantes, e como sendo uma pessoa cativante torna-se novamente o centro das atenções da tal sociedade até o retorno a sua terra natal.
         Na terceira parte o aventureiro Lemuel Gulliver aventura-se em uma terra de pessoas contemplativas, inteligentes, dedicadas a matemática e demais ciências teoricas, tem diversas aventuras surreais e ridículas em sua estadia em tais terras ate retornar novamente a sua pátria.
         Finalmente na quarta e última parte Lemuel Gulliver vive as suas últimas aventuras de marinheiro afortunado e desafortunado numa terra onde a raça dominante era a raça dos cavalos, após ser deixado por sua tripulação de marujos mercenários num reino onde os humanos eram tudo de vil e asqueroso que se pode imaginar, e os cavalos tudo de nobreza e virtuosidade que se possa conceber. E como em todas as sociedades que o cirurgião marinheiro passou nesta também, ele aprendeu sua língua, seus costumes, sua cultura... Entretanto, essa sociedade regida por cavalos conquista o coração de Lemuel Gulliver, e este desejara passar o resto de seus dias vivendo entre estes seres tão formidáveis, se não fosse expulso pelos próprios cavalos por pertencer a uma raça tão desprezível e asquerosa como a dos humanos, ou yahoos, como assim eram chamados. Desta vez Gulliver volta a contra gosto para a sua terra natal, e de fato aposenta-se da sua vida de aventura pelos mares e passa os seus dias trancados em casa tenho nojo e pesar da própria espécie, após ter discutido e analisado com cavalos o quanto a sociedade de humanos é cruel, contraditória e sórdida.
         Apesar de ser um livro peculiar, carregado de imaginação, fantasia e algumas críticas às organizações sociais da época (e porque não dizer também da de então?), “Viagens de Gulliver” acaba sendo uma leitura maçante, um tanto sem graça e que não consegue arrastar o leitor em uma viagem literária fluida – parte por conta das palavras sem sentido e complicadas inventadas pelo autor; parte por conta da estória ser sempre um retorno maçante do mesmo, e ficar dando voltas em um círculo já conhecido; parte por ser muita bobagem surreal e sem muito sentido; e parte por da à impressão que você está tendo um diálogo com um louco que conta compulsivamente os seus devaneios, refere-se a si mesmo na terceira pessoa, que tem necessidade de autoafirmação, um alte-ego exaltado, um alto conceito de si e que conta sempre um monte de asneiras por vezes sem sentido.
         De tudo, não é uma leitura de todo ruim, apesar de ser maçante, vez ou outra o leitor é levado a pensar em coisa do tipo – às vezes as coisas dependem do ponto de vista que você observa, como nas primeiras partes, por exemplo, e que é sempre bom sermos cuidadosos, não importando a situação em que estejamos. Mas bom, ainda assim é muito por pouco, por uma leitura maçante como é o caso de “Viagens de Gulliver” de Jonathan Swift.