Apesar de não ser
um filme ruim, acho que fica muito aquém das expectativas e cortejando certa
mediocridade. Falta intensidade arroubos apaixonados, falta intensidade e certa
propriedade em abordar certos assuntos que se propõe – tipo o tráfego de drogas
e um real interesse em captar a real essência de João de Santo Cristo.
Muito embora o filme seja inspirado seja
inspirado na música homônima de Renato Russo, líder da mais famosa banda de
Rock brasileira dos anos 80, a película não capta de fato o João de Santo
Cristo descrito na música, ou prefere lançar-lhe um olhar moralizador sobre
ele, por assim dizer, e apresentam um Santo Cristo ético, moralizado, bonitinho
como os heróis de cinema norte-americano. Bem diferente do que João de Santo
Cristo descrito na música de Renato Russo – um malaquias, um ser imoral e
intenso no que se fazia da vida e no que fazia na vida, basta lembrar alguns
trechos da música, tipo – “comia todas as menininhas da cidade de tanto brincar
de médico... Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro que as velhinhas colocavam
na caixinha do altar... Era bandido destemido e temido...” Em fim, quem conhece
de fato a letra da música sabe que do que estou falando e acho que sentiu a
mesma frustração em ver um João de Santo Cristo moralizado.
Bom, mas como disse o filme não é de
todo ruim se levarmos em conta a obra como um todo pode-se dizer ate que é um
bom filme e com atuações espetaculares de atores como – Fabrício Boliveira,
Isis Valverde, Felipe Abib, Rodrigo Pandolfo. E até a direção que deu um Q bem
holiwdiano ao filme e o roteiro que moralizou e embelezou o João de Santo
Cristo.