É realmente
estranho o modo como algumas coisas nos afeta, nos toca e nos diz coisas
inauditas!
Passei parte da
noite de ontem ouvindo as músicas do Nirvana, lendo suas letras e embebida com
os solos de guitarra dissonantes, os gritos viscerais do Kurt Cobain, com o seu
deslocamento diante do mundo, sua angústia de talvez nunca ter sido
compreendido e realmente aceito...
E tudo isso
pareceu ser tão meu, tão eu, traduzido em música, um eu completamente
espicaçado de tanto querer fazer coisas para seres tão ridículos e
desprezíveis, apenas pra ter o escasso prazer de fazer o que mais lhe agrada,
lhe completa e dá prazer.
Espantosamente,
depois de mais de vinte anos depois da sua morte, ou de não ter aguentado mais
esse mundo ridículo e insano coisas sobre ele ainda tem o poder de nos levar a
pensar em questões clichês, questões nada haver, ou talvez questões tudo haver!
Meio que sem
querer comecei a ver um documentário sobre a famigerada morte de Kurt Cobain –
“Kurt e Courtney”, que de modo impensado diria que é um documentário bem
atípico, não só pelo foco principal ser a difusão de uma teoria da conspiração
em relação à morte do líder do Nirvana e o total envolvimento da sua viúva, mas
também pelo que me pareceu ter um envolvimento incomum do diretor, roteirista,
reporte ou sei lá o quê que estava à frente das gravações do documentário, que
só é entendido a medida que vai assistindo o mesmo.
É obvio que um
documentário que aborda uma teoria da conspiração sobre a morte de uma das
pessoas mais influentes da década de noventa entre os jovens e tem uma viúva
com mentora de todo o estratagema só poderia ser algo meio quer marginal,
ilegal e no mínimo polêmico, o que é claro salga o mérito das questões
levantadas a respeito da morte do rei do grunge.
O polêmico
documentário parece-me está estruturado em no mínimo três partes distintas, e
todas elas permeadas com parêntese e ênfase das dificuldades que tiveram os
envolvidos no projeto em gravar o documentário e lançar no mercado.
A primeira parte
do documentário é apresentada alguns fatos e uma visão geral da vida pessoal de
Kurt Cobain antes da fama e um pouco depois dela – história e fatos contados
por sua tia, ex-professor, ex-namorada, ex-parceiros de drogas, ex-amigos...
Na segunda parte
tratam da vida da Courteney (a viúva) de suas relações como os pais, com alguns
antigos relacionamentos, suas ambições e sua conturbada relação com Kurt.
No que achei ser
a terceira e última parte do documentário trata de fato da teoria da
conspiração em relação a marte do líder do Nirvana, que não teria sido de fato
um suicídio, mas um assassinato planejado pela sua própria esposa Courteney
Love.
Entre os
argumentos plausíveis que o documentário apresenta para sustentar a teoria da
conspiração, um fator que fortalece mais ainda a teoria é o fato da própria
viúva ter desprendido um esforço enorme para boicotar a gravação do documentário,
enfatizando mais a suposição de que a morte de Kurt Cobain não teria sido um
mero suicídio, mas que tenha sido se não um assassinato de fato, foi no mínimo
uma indução a uma morte que seria no mínimo muito vantajosa para a viúva.
Especulações à
parte, o fato é depois que se assiste a tal documentário fica difícil encarar a
morte de Kurt Cobain como um mero e simples suicídio e não algo bem mais
complicado do que se possa imaginar.