“Vivemos numa época essencialmente trágica; por isso nos recusamos a tê-la como tal. O grande desastre aconteceu; achamo-nos entre ruínas, forçados a reconstruir novos hábitos, a criar de novo pequeninas esperanças. Trabalho bastante duro. Já não há caminhos fáceis á nossa frente: temos de contornar obstáculos, pular por cima deles – e isso porque temos de viver, seja qual for a extensão do desastre havido.”
David Herbert Lawrence.
De volta as terras de Sergipe Del Rei, a coisa mais interessante que se tem a fazer é ler, ler, ler... E pra começar esta minha viagem nada melhor que em companhia de David Herbert Laurence, com - “O amante de Lady Chatterley”, um livro que em suas primeiras palavras, em seu primeiro parágrafo o autor já deixa claro o porquê do livro ser um clássico, e ao longo de toda a obra isso vai mais e mais se auto-afirmando, ou seja, em poucas palavras o livro é soberbo.
Entre as diferentes coisas e aspectos abordados pelo autor, David Herbert Lawrence, um dos aspectos que achei particularmente interessante, e até certo ponto inusitado, é a análise social que é esboçada pela ótica da sensualidade, que é de uma simplicidade e peculiaridade perfeita, conseguindo encontrar o difícil equilíbrio entre o culto e o prosaico... Arrancando assim vários arrepios de sensualidade imaginativa dos leitores, desde os mais aos menos empolgados (se é que é possível ler tal obra menos empolgada).
Sem mais delongas e comentários, acho que o livro e seus demais atributos falam por si da sua grandiosidade e profundidade necessária a cada aspecto abordado ao longo de suas páginas, que consequentemente irá culminar num retrato fiel da sociedade inglesa do início do século XX, com alguns perfis psicológicos e sociais masculinos e femininos bem interessantes.
Tudo isso, sem mencionar as considerações feitas sobre a arte literária e as celebridades feitas pelo autor, que ainda são tão pertinentes que parece o David Herbert Lawrence chegou ao fim de um dia enfadonho, cheio de ver os programas chulos que nos são ofertados pela a “ágora dos tempos modernos, a televisão (segundo os homens mais influentes de nosso tempo)” e cansado de ler coisas tão grotescas que levam o nome de boa literatura e resolveu mostra como é que se faz uma boa literatura e dizer como é...
Em sinopse, pra traduzir em uma palavra este grande clássico da literatura universal, o livro é soberbo, soberbo, soberbo!