Nunca acreditei na justiça
brasileira, não só pelo fato de sempre que a precisei sempre me faltou,
como também por acha que só há justiça no Brasil pra quem tem dinheiro, poder e
uma posição social privilegiada.
Aliás, acho que a única justiça
que até hoje respeito, sigo e conheço é a justiça Divina, aquela que age
consoante a lei da ação e reação, e que não se é possível plantar uma safra de
milho e colher uma de feijão...
Bem, sei que tudo isso é meio
desconexo e impróprio pra alguns lugares e distintas opiniões, mas o fato é que
não se tem como falar de violência urbana sem não falar de justiça... E nos
últimos dias na localidade em que me encontro, tem chegado ao ápice uma
tenebrosa onda de violência que a pouco mais de um ano vem causticando os mais
simplórios cidadãos de diferentes modos, sejam por meio de palavras, roubos,
assaltos, sorvas, retaliação com facas e facões, ameaças e outras coisas que
eram assistidos passivamente pela justiça e por toda a sociedade, que não faziam
absolutamente nada contra, tipo – quem quer que fosse roubado, espancando,
achincalhado... Que lidasse como quisesse e pudessem com suas perdas e danos,
sem se quer esperar compaixão dos supracitados, afinal quase todos ficaram
vivos pra contar a história, como se o único crime que se cometesse contra a
vida fosse o assassinato imediato.
Cerca de um mês atrás, segundo
pessoas mais informadas da cidade, um grupo misterioso de atiradores começaram
a eliminar reconhecidos ladrões e malfeitores que já tinham levado a óbito e
colocado hospitalizados vários idosos e deixado em pânico e em choque várias
outras vítimas após terem sido roubas e maltratadas por estes; depois de terem
interditado estradas e colocado em pânico determinadas localidades e feito inúmeras
vítimas...
E óbvio que diante de tanto é impossível
não se sentir dentro de um filme, não sei se de um filme de drama, não sei se
de um filme de terror, não sei se de um filme de ação... Sei que além do
sentimento de insegurança diante de toda essa situação, onde resumidamente
bandido mata bandido, o que me deixa ainda mais perplexa em face desse fenômeno
de violência são os inúmeros comentários infames, parciais e defasados de
pessoas que são capazes de aproveitar-se de qualquer situação e de tomar
partido, com o único intuito de promover o nome e a profissão.
Bom, talvez isso também seja só
mais um comentário infame da situação, talvez seja também parcial... Mas com
certeza, não quero e não vou tomar partido algum - nem de bandido que á muito
roubam, espancam e matam velhinhos a médio ou longo prazo, nem de bandido que
matam bandido. Quero apenas dizer que a vivência de tudo isso é algo que
simplesmente não pode de qualquer modo ser dita por seres da capital, de
capital, de posição social e parcial, que se julgam o melhor dos ‘linces’ e
grandes formadores de opinião social e que simplesmente tomam um partido e
fingem nunca terem existido os diferentes tipos de violências e descasos
sociais supracitados.