Nunca concordei com o discurso de certos caquéticos
que apelam em demasia a nostalgia e sempre começam ou terminam um diálogo com a
sentença – “no meu tempo!”... Pois bem, verdade seja dita, ou fatos sejam
comentados se assim preferirmos, mas acho que nuca se ouviu falar tanto em
educação e achincalhar, criticar e menosprezar tanto quem realmente estuda, quem
de fato busca conhecimento. Creio que nunca se valorizou tanto diplomas e
títulos em sua grande maioria vazios e insustentáveis quanto nos dias de hoje.
Nas
escolas e colégios por toda parte parecem interessar-se não pela questão
ensino/aprendizagem, mas pelo número de aprovados, como se sutilmente (ou não) dissessem
– definitivamente conhecimento não é importante. Nas universidades o que mais
vale é a arte do bem bajular, enquanto ao conhecimento?! Céus! Algumas
produções ditas científicas parecem mais um descarado copiar colar, uma incessante
inserção de fulano disse isso, sicrano aquilo e beltrano têm razão e ponto... Creio
que a pachorra acadêmica chega a tais níveis que alguns alunos de pós-graduação
não sabem nem se quer dissociar uma discussão profícua em classe de uma
conversa de bar, ou seja, parece que se dar títulos e mais títulos e mais títulos
a quem mais souber bajular... Tipo, volta à mesma historinha... Fala-se tanto de educação, mas acho que também
nunca foi tão menosprezado o ato de estudar.
E o curioso é que isso parece ser igual com as
criticas e falação a respeito de conceitos e praticas de termos como ética,
honestidade, responsabilidade... Todos têm algo a dizer, todos são impecavelmente
éticos, honestos, extremamente responsáveis e completamente avessos a corrupção,
mas se observarmos um pouquinho as pessoas, o menor dos redutos, as mais simples
situações... Veremos o quanto elas são corruptas, desonestas, irresponsáveis e
nem se quer lembram-se de ética. Parece que as pessoas estão cheias de
conceitos vazios e vivenciam uma brutal falta de sentido, de valores que já nem
sabem mais quem são; o que são... E vivem o tempo inteiro a corromper-se, a
mentirem pra si, e pra os outros, a jurarem e a dizerem com toda força o quanto
são honestas, éticas e responsáveis... Mas não consegue convencer nem a si!
Então, às
vezes fico á pensar – será que no tempo de alguém as coisas não eram assim?! Ou
tais coisas só estão assim, em demasia nos dias de hoje?!
Céus!
Acho que tô ficando um pouco apavorada com a sociedade em que vivo; com o fato
de em pouco tempo ter que enfrentar turmas com mais de 50 alunos e ter que
quase sempre me preocupar com números que irão fomentar a maldita ‘era dos
burros’; e ter que vez ou outra coadunar com a maldita sentença – ‘no meu tempo
isso não era assim’... Pois: “No meu tempo professores eram os heróis; No meu
tempo passava de série quem aprendia, ou quem ao menos tentava fazer as
atribuições; e a preocupação era de fato ensino/aprendizagem e não com conceitos
vazios... E um número maior de pessoas se indignava com a irresponsabilidade,
com a desonestidade, com a corrupção, com a violência, com a falta de ética... Isso
ao menos acho, que existia no meu tempo, e agora vejo que tudo isso está quase
que brutalizado, banalizado nos dias de hoje!!!
São os ventos da barbárie que assolam nossos dias alterando valores e perspectivas assustadoramente. Ótimo post!
ResponderExcluirObrigada...
ResponderExcluirÉ inegavelmente são ventos assustadores!