quinta-feira, 21 de março de 2013

QUAL A FALTA?



Há cerca de sete anos atrás, escrevi algo meio que um roteiro sobre as observações que fizera de alguns jovens colegas de curso de roteiro, de universidade, de república... E bom, acabei por esboçar um pretenso roteiro de um curta que apresentava um perfil de um jovem Narciso de 24 anos, bem sucedido, belo, inteligente, esclarecido, pertencente a um invejável grupo de amigos, amado ao extremo por sua belíssima namorada... Em fim o que poderíamos chamar de uma pessoa realizada e que tinha tudo que alguém poderia querer, poderia fazer ou deixar de fazer o que quisesse a ora e quando quisesse... Ou seja, tinha tudo que pareceria ser necessário pra ser feliz, pra ter uma vida satisfatória. No entanto, o jovem Narciso não sentia prazer algum em viver, não sentia a menor afeição pela vida, era melancólico, triste, pessimista... E o pensamento forte era o de se degradar, se matar, acabar consigo ou com os outros, seja aos pouquinhos, ou de uma só vez.
         Embora saiba que se alguns dos meus colegas da época lessem isso, e tivesse a certeza que estaria possivelmente falando deles em muitos aspectos, já mais concordaria que de fato fossem assim. Mas era basicamente assim que os via, de fato pensava: - Enquanto eu tinha que me dividir entre a filosofia e bolsa-trabalho, pra conseguir garantir a grana pros passes, apostilas, livros e outras necessidades básicas... Sem contar com os problemas de convivência em uma maldita república, eles só tinha que curtir o que a vida tinha pra lhes oferecer, aproveitá-la ao máximo e serem feliz! E eles eram exatamente o contrário, eram depressivos, tristes, melancólicos... Isso me chamou atenção naquela época, pareceu-me um tipo de perfil de jovem que sentia uma determinada falta, mas falta de que?  Qual a falta?
         Pois bem, na época em que fiz o pretenso roteiro era estudante, aluna, e percebia isso nos meus próprios colegas de vinte e poucos anos... Hoje cerca de sete anos depois relendo o mesmo roteiro, parece-me que lamentavelmente esse perfil de jovem só aumentou, e eu ainda continuo não entendendo essa falta, e o pior é que agora são tão bem mais jovens, são adolescentes de 13 a 18 anos lindos desabrochando ainda e que tem tudo que poderia desejar, com todas as possibilidades de sentirem as melhores coisas da vida e vivenciarem as melhores coisas do mundo... E tudo que sentem é depressão, síndrome do pânico, desejos de suicídio, medo da vida, tristeza, dor e mais dor! Céus!!! Que perfil de jovem é esse que ou se destrói ou destrói o outro?! Qual é a falta?! Que maldita falta é essa os leva a destruição, que os lançam impiedosamente ao precipício?!

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