“Êxodo
é inegavelmente um dos filmes que mostra claramente que uma história, um fato,
uma situação... Pode ser observada de ângulos diversos e explorada de diversas
possibilidades. No entanto, certos aspectos apesar de serem passiveis de novos
enfoques não podem ser suprimidos, isso deve sempre ser lembrado.
Como
é sabido, o filme “Êxodo” é baseado em um livro bíblico do Antigo Testamento, e
conta a história da libertação dos hebreus da escravidão do Egito por meio de
Moises que foi escolhido por Deus para libertar seu povo.
Apesar
de o filme manter ate certo ponto à essência da narrativa bíblica, a história
do Êxodo, de Moises é abordada por outro enfoque inteiramente inusitado aos
religiosos, o que cinematograficamente creio ter deixando o roteiro mais
comercial, enfocando mais a história da guerra, da luta de classes, aspectos
suntuosos e triviais, mais compatível com a indústria cultural.
A
história do Êxodo é contada também por meio da figura de Moises, destacado mais
com um guerreiro, general, astuto, estrategista e com certo indício de loucura.
Não que exista aqui uma negação, afirmação ou discordância que de fato Moises tenha
sido tudo isso e mais um pouco, como já disse o filme dar um enfoque novo
de poder observar, e contar o Êxodo, o que é totalmente possível. O que não é
possível (dentro da sensatez) é suprimir aspectos fundamentais da história
contada, já que no Êxodo a figura de Deus é fundamental na história,
muito embora tenha tido a leve impressão que o filme apresente um esforço por
deixá-lo de lado, e não tendo conseguido, optou por diminuir ao máximo a sua
relevância na história, a ponto de colocá-Lo como uma alucinação, uma loucura, um distúrbio
da mente de Moises, ou seja, recorrendo a velhos clichês do tipo - todo ‘grande
homem’ tem um Q de loucura; de imputar uma racionalidade a todo e qualquer
fato; de que religiosidade é besteira; que Deus é só uma criação do homem... Em
fim, a questão é – existem fatos que não há como suprimir, pode-se até
desmerecer o valor atribuído, maquiar... Mas não suprimir, retirar!
Com tudo é inegável que de modo geral, também não se pode tirar
“Êxodo” da lista de um bom filme a ser visto.
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