Inevitavelmente temos que concordar com
o senso comum quando diz que piadas filosóficas são em sua maioria sem graça e
maçante, mesmo não podendo negar que um bom filósofo dá show de filosofia até
contando e explicando uma piada horrível e completamente sem graça.
É o caso de Slavoj Zizek no livro “As
piadas de Zizek” que entre as inúmeras piadas filosóficas que são apresentadas
por ele, todas elas são de fato instrutivas e cumprem bem o seu papel
filosófico, no entanto o papel humorístico... Poucas, muito poucas satisfazem
esse quesito. A única que me lembro de
majestosamente satisfazer o quesito filosófico e humorístico encontra-se nas
primeiras páginas do livro: ‘uma piada vulgar sobre Cristo’, que além de
arrancar uma boa risada, leva a pensar imediatamente na piada do Brasil.
Principalmente levando em conta os dias correntes, que se vive a piada do
‘gigante acordou’, onde o sujo fala do mau lavado, onde câmera de deputados é
transformada em show de entretenimento barato com uma pitada de horror e alguns
poucos que querem salvar o que não pode ser salvo, ou curar o que não quer ser
curado... Assim como na ‘piada vulgar sobre Cristo’ – que Maria Madalena tenta
seduzir Cristo e mostra a sua genital, e Ele a julga como uma ferida e tenta
curar, ao passo que Maria Madalena sai apavorada, correndo e gritando.
Moral da piada – cuidado com as feridas que você quer curar, pois as
pessoas que as tem podem gostar de tê-las e não querer curá-las! O que é
praticamente o caso do Brasil, a presidenta quis curar a ferida da corrupção que
consome o país, e todas as castas que carrega essa ferida saiu correndo e gritando
para não serem curados, e apavorados transformou o país inteiro num show pirotécnico
de hipocrisia, vergonha, horror... Já que todos querem continuar com suas
feridas e de quebra mostrar que quem quer curá-los também tem uma dessas.
E assim sendo, podemos seguir rindo com
a piada que é o Brasil e nos instruindo com as piadas filosóficas de Zizek!!!
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