Eu tenho as beiras pretas,
Os traços endurecidos,
O olhar desconfiado...
Já não tenho mais sonhos alados,
Já não espero tanto da vida!!!
Não faço planos... Já me acostumei aos danos!
Já não nutro românticas expectativas.
Tudo que espero da vida é o seu fluir a sua brisa,
O desenvolvimento orgânico da vida,
O desabrochar das rosas brancas,
O acariciar cálido da vida...
A contemplar o pôr-do-sol,
A encher de cor os dias monocromáticos,
O nascer do sol a encher de luz as noites escuras e frias,
O calor do sol ao aquecer a melancolia,
Deixando as minhas beiras mais pretas,
Minhas feições mais sóbrias e serenas,
Meus traços mais endurecidos,
Meus olhar mais incisivo, desafiador e desconfiado!
Sim, eu tenho as beiras pretas!
Não tenho mais sonhos alados,
Desejo apenas o fluir lindo, puro e sincero da vida!!!
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