Apesar
do nome nada atrativo, “Onde está segunda?” é um filme excepcional, apresenta
drama, ficção científica, ação, suspense... De maneira muito própria e envolve
quem o assiste do início ao fim, despertando as mais distintas emoções e
sentimentos – raiva, pena, revolta, nojo, solidariedade, compaixão, entre
outros.
O filme conta a história de sete
irmãs gêmeas que nasceram em um tempo futuro onde não era permitido mais quem
um filho por família. No entanto, o avô das gêmeas, a pessoa que as cria,
consegue ludibriar o sistema social que vive de modo engenhoso e inteligente
até as gêmeas se tornarem sete mulheres adultas e ‘independentes’. O avô da a
cada uma o um nome da semana – segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e
domingo. No engenhoso esquema que ele desenvolve para criar as netas em
segurança, ele cria uma identidade social comum a todas as sete que leva o nome
da mãe das mesmas que morreu após o parto, e uma escala para que cada uma das
meninas possa levar uma vida social sem que sejam descobertas. Neste esquema
todas devem partilhar de habilidades comuns para a vida social e só poderão
sair de casa no dia da semana correspondente ao seu nome, na rua elas
assumiriam uma única identidade, apenas dentro de casa, no excêntrico sei
familiar poderiam ser quem realmente elas eram.
Todas aprendem habilidades em comum,
e partilham ao fim de cada dia tudo que foi vivenciado durante os seu dia
social para no dia seguinte outra possa continuar com a vida pública comum a
elas. Durante muito tempo tudo no engenhoso esquema de sobrevivência
desenvolvido pelo avô para mantê-las vivas discorre relativamente bem, até que Segunda
misteriosamente desaparece e com o seu desaparecimento é desencadeado uma
perseguição mortal as demais, o que vai dando a o filme ação, suspense e mais
dramaticidade a história que se mantem mais e mais frenética ao desenrolar de
cada cena.
Além de todo o frenesi e instiga que
o filme proporciona, ele ainda o leva ao despertar de diversos questionamentos
de cunho existencial, que apesar de aparentemente pareceram bobos causam
impacto profundo no ser, são indagações do tipo – será que de fato todos os dias somos uma pessoa diferente representando
um mesmo papel, um determinado ser social? Quando de fato somos nós mesmos?
Quando é que podemos ser nós mesmos? Será que conseguimos viver fora dos
padrões que criamos e que criaram para gente? E ainda será que o meu ser social
é maior que o meu eu íntimo? Em fim, esses talvez sejam alguns dos
questionamentos que o filme pode provocar.
Além
de estimular questionamentos, reflexões e fascínio por diversos aspectos, como
direção, roteiro e a excelente atuação de Noomi Rapace no papel das sete gêmeas,
“Onde está segunda?” é até então o
melhor filme que assistir esse ano, e sim, merece e dever ser considerado
excelente, muito bom, soberbo... Pois é capaz de arrebatar completamente que o
assiste para o seu universo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário