sábado, 2 de abril de 2011

Contos de uma cidadezinha qualquer

Céus!!! Socorro!!!Salve-me!!! As vezes penso que estou ficando louca nesta cidadezinha qualquer!
Sei que parece mentira, exagero da minha parte, tiração de onda como se diz... E tudo mais do gênero. Mas infelizmente é mais pura verdade! Verdade, verdade, verdade mesmo, inclusive daquela verdade que atualmente é a mais aceita e respeitada pelos mais notáveis filósofos da contemporaneidade, ou seja, verdade – como sendo uma proposição que corresponde a um fato. O problema é que estas verdades das quais estou sendo forçada a me habituar e a conviver, são um tanto quanto e absurdas, pois vivo em uma bizarra cidade do interior em que as pessoas só valorizam e respeita o de fora, o desconhecido, ou seja, o que eles não entendem, e têm um alto conceito de se, o que é bom, porém não seja verdade (não há uma correspondência da proposição aos fatos), e este alto conceito de si que os moradores carregam consigo, os leva a fazerem atos absurdos, desde você chegar a um órgão público em busca de atendimento, e ter que espera a unha da atendente secar o esmalte que ela acabou de passar no setor e horário de trabalho; em outra situação esperar que funcionários públicos e privados acabem de ouvir ou contar uma fofoca ao celular, ou se tiverem em frente à internet vejam a fofoca do dia ou concluam a sua mensagem em páginas de relacionamentos... Em fim e diversos outros desrespeitos do tipo, sempre carregados de arrogância e prepotência.
No entanto, talvez tudo isso no país super sério em que vivemos, seja comum em várias localidades. Porém, o que eu não sei se também é comum em várias localidades do país é as pessoas irem às igrejas, aos supermercados, escolas... De bobes como Dona Florinda, de toquinha, saírem às ruas de baby dol, de robe de chambre como Descartes meditando a sua dúvida hiperbólica, de samba canção, de espartilho... É quase corriqueiro você topar com cenas como esta no dia a dia da cidade. Porém, certo dia tive a impressão de que estavam ficando louca, vagando em um grade sanatório, sonhado, ou coisa do tipo... Sei lá!
Bem o fato é que neste bendito dia, em minhas saídas de casa, encontrei com várias pessoas, em diferentes pontos da cidade de bobes como Dona Florinda, de toquinha, de baby dol, de robe de chambre como Descartes meditando a sua dúvida hiperbólica, de samba canção, de espartilho.... E isso, levando em conta que na noite anterior quando voltava pra casa ouvir uma sinfonia erótica completa de – oi bota aqui, oi bota ali... Ai gostoso, ai gostosa... Ai não sei mais o que, ais e mais ais, gritos e mais gritos... E pra completar o quadro, tinha pessoas em baixo da janela das criaturas em festa, que aproveitavam o ensejo pra descaradamente se masturbarem na rua ao som da lascívia orquestra.
Céus! Confesso que eu fiquei um tanto atordoada com tudo isso e nem nos meus sonhos mais loucos se desenharia quadro de loucura tão perfeito e digno dos contos mais bizarros de Marques de Sade como este que acabo de dizer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário