Ano passado quando estive em Santos, em minhas muitas
idas aos sebos, encontrei entre as muitas relíquias que trouxe de lá um livro de Álvares de Azevedo - "Noite na Taverna" e "Lira dos vinte anos" , obras que á muito morria de vontade de ler.
Porém, não sei por que diabos preferi na ocasião ler os
poemas da "Lira dos vinte anos"(regados de muito absinto, diga-se de passagem) e não "Noite na taverna", livro que quisera ler desde o Ensino Médio.
Pois bem, o fato é que nos últimos dias dei-me o prazer de ler o maldito livro, e pelos céus! Que livro!!! Até o momento estou basbaque como um opúsculo, coisa de vinte páginas, que poderia ser lido em menos de uma hora - se não fosse a tremenda sede de vinho que o livro desperta, a necessidade incontida de contemplar o luar e de sentir a briza fresca na cara que ele desperta - pudesse causar tanto impacto, céus!O livro é soberbo, a leitura dele lembra uma intensa sensação orgástica - fugaz, intenso, extremado... E mesmo depois de acabado, continua-se sentindo os efeitos inefáveis do ato, céus!Céus! Céus!!! Simplesmente o livro é soberbo!
Obviamente que "Noite na taverna" não é um livro de
encantos puritanos, ou de agrado geral, muito pelo contrário, versa sobre coisa bem insólitas e incomum, por assim dizer, trata-se de breves contos de mancebos ultra-românticos, sádicos e embriagados que contam em torno de uma mesa em uma taverna as peripécias mais incríveis de crimes, morte, violência, perversão sexual e paixão. tudo isso numa atmosfera ébria e delirante, com personagens pessimistas, descrentes de valores sociais, morais,religiosos, recheados de amor sensual e intenso gozo físico que são as válvulas propulsora e de escape dos personagens que culminam sempre em morte ou loucura, ou ambos.
Em sinopse, o livro é fantástico, prende o leitor do inicio ao fim, estória após estória, e ao fim e ao cabo de cada conte deixa o leitor com uma intensa sede de vinho.
Há e agora pensando friamente sobre o livro, acho que sei o por quê não li o livro na ocasião em que comprei, pois, se juntassem todas as idéias e estórias o livro ao meu estado de espírito da época, ao absinto, aos muitos vinhos que me fizeram companhia e o local em que me encontrava... Céus!!! Confesso que era bem provável de hoje ter também estórias semelhantes como estas á
contar.
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