Confesso que desde a primeira vez que ouvir falar
desse filme em algum programa de televisão fiquei com muita vontade de vê-lo,
apesar de não saber ao certo do que se tratava o roteiro, pois tanto a sinopse
quanto o que se comentava sobre o filme enfatizava-se mais o diretor e os
atores que o próprio filme, mesmo assim ainda fiquei com vontade de assisti-lo
e muito mais curiosa.
Basicamente o roteiro do filme conta da nostalgia,
da admiração e do embevecimento que certo escritor tem pelos escritores,
pintores e toda a casta de artistas franceses ou que viveram na França em
meados de 1920, que se configura pra o dito escritor como a era de ouro, em que
ele gostaria de ter vivido. Numa bela noite, após algumas taças de vinho ele
ver-se perdido pelas ruas de Paris, e quando o relógio soa as badaladas da meia
noite, ele é convidado a entrar num carro típico da época repleto de artistas
franceses que fizeram da sociedade parisiense a era de ouro que ele tanto
admirava. Por diversas noites a situação se repete e o escritor ver-se
imiscuído e embevecido na atmosfera de pura arte e cultura parisiense do começo
do século XX, e desenvolve vários diálogos com personagens importantíssimos pra
história da às artes, tais como – Picasso, Salvador Da Li, Buñiel... Entre
vários outros.
No entanto, o que mais me fascinou ao assistir o
filme, foi imediata empatia com o escritor, que jogou na tela de modo glamoroso
os meus não tão raros momento de arrebatamento literário, filosóficos,
cinéfilos... Sei lá o estado de espírito em que fico quando um belo texto, um
bom filme (como este) me arrebata de tal forma que desperta no mais profundo do
meu pobre ser uma necessidade incontida de ir ao primeiro boteco compra o vinho
mais barato e tomá-la sofregamente a largos tragos, com uma ânsia incrível de
falar sobre o turbilhão de impressões que determinado autor, livro, filme me
causara. E como sempre quase nunca é possível, inevitavelmente sinto-me a vagar
pelas ruas da cidade a travar diálogos esquizofrênicos com escritores de livro
que li, com diretores de filmes que vi... E assim, como o escritor de “Meia
Noite em Paris”, sinto-me completamente imiscuída e embasbacada com as fortes
impressões do voluptuoso mundo das letras e das artes.
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